A história do Yôga mais antigo do mundo- pré-ariano, pré-vêdico e pré-clássico
- Luciane Ogata

- 8 de abr.
- 3 min de leitura











O Yôga Antigo é datado de mais de 5 mil anos da Idade do Bronze, conhecido como o mais antigo do mundo, originado de uma cultura dravídica ou denominada Civilização do Vale do Indo onde foi encontrado o primeiro selo arqueológico de um homem meditando (Shiva Pashupatí).
A Civilização do Vale do Indo, juntamente com o Antigo Egito e Mesopotâmia, foi uma das primeiras civilizações da região. Permeava o Rio Indo, cerca de 1056 cidades foram descobertas que se estendia por milhares de quilômetros que ligava a Índia ao Paquistão.
As cidades mais conhecidas são Mohenjo-Daro e Harapa que possivelmente chegaram a ter entre 30 mil a 60 mil habitantes, sendo a Civilização Harapeana (Patrimônio Mundial da Unesco) a primeira a ser escavada no início do século XX, antiga Índia britânica e atual região do Paquistão.
Cronologia histórica: Fundação: 3.300 a.C. / Fase Inicial: 3.300 - 2.800 a.C. / Fase Madura: 2.600 a 1.900 a.C. / Declínio: 1.900 - 300 a.C. / Dissolução: 1.300 a.C.
Um dos pontos altos desta civilização planejada e avançada foi o sistema de captação de águas, a canalização e drenagem, piscinas coletivas, casas com poços individuais, sistema de esgoto com vasos sanitários cobertos de laje, além das avenidas largas e pavimentadas, a utilização de tijolos queimados, casas com clarabóias, casas com 2 andares, um sistema de democracia, etc.
A escrita não foi decifrada, mas selos arqueológicos, os objetos de cerâmica, mostram uma cultura que valorizava a figura das mulheres, matriarcal, sensorial, desrrepressora e naturalista, ou seja, não havia um Deus específico e sim um culto ao elementos da natureza: sol, lua, rios, terra, etc.
Viviam da agricultura, do comércio, conheciam técnicas de metalurgia do cobre, bronze, chumbo e estanho. Foram encontrados miniaturas de carros puxados por bois ou búfalos revelam que podem ter sido os primeiros a utilizarem transporte sobre rodas.
O colapso e desaparecimento desta extensa e avançada civilização ainda é um mistério. Esqueletos mostram um histórico de escassez de alimentos, a proliferação de doenças que levaram à debilidade física. Invasão ariana ou fatores climáticos e ambientais teriam sido as causas? Erosão, mudança do curso de rios, esgotamento do solo, terremotos são algumas das possíveis causas do abandono e migração dessa população. Fato preocupante sobre como atualmente exploramos a natureza e que a consciência sustentável seja cada vez mais discutida e aplicada na prática.
O Dakshinacharatántrika-niríshiwara sámkhya Yôga, sistematizada com o nome de SwáSthya Yôga ou Yôga Antigo pelo professor DeRose, preserva essa cultura através das práticas, os ásanas foram preservados na língua original, o sânscrito que é uma língua morta como o latim, sem ocidentalizações. No total são 108 ramos oficiais e mais centenas não oficiais de Yôga no mundo, na qual o Yôga Antigo é a raiz que deu origem aos demais tipos.
Composto de 8 feixes de técnicas: mudrá, pújá, mantra, pránáyáma, kríya, ásana, yôganídra e samyama, é o mais completo estilo de Yôga do mundo.
Os benefícios são inúmeros, porém o intuito de quem busca essa prática é conquistar um estado de consciência diferenciado, mais expandido pelo viés do autoconhecimento. É uma filosofia de vida saudável, aonde instrutores e alunos mais avançados não fazem uso de drogas, álcool, qualquer substância que diminua a consciência. Também preconizam uma alimentação ovo-lacto-vegetariana e um estilo de vida saudável. Observam a reeducação comportamental através das boas relações, boa cultura, boa forma, ambientes saudáveis, etc.
Inspire-se nesta filosofia para adotar um estilo de vida mais saudável também!







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